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Foto: https://www.adavilageliudiaz.com/bio 

 

ADA VILAGELIU-DÍAZ

(  Espanha  )

 

 

 

Ada Vilageliu-Díaz nasceu em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, em uma família de canários e catalães. 
Ela recebeu o título de Bacharel em Filologia Inglesa pela Universidad de La Laguna, nas Ilhas Canárias. Ela estudou na Dinamarca e atuou como assistente cultural e de idiomas no Spanish Resrouce Center no National Hispanic Cultural Center no Novo México. 
 Profesora de lengua inglesa de la Universidad de Howard en Washington (Estados Unidos).

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

AL PIE DE LA CASA BLANCA. Poetas hispanos de Washington, DC.  Luis Alberto Ambroggio, Carlos Parada Ayala, eds. New York, USA: Academia Norteamericana de la Lengua Española, 2010.  355 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda


(Traducciónes de Ada Vilageliu Díaz y Jesús Díaz Armas)

:

 

ODA A LAS MUJERES PELUDAS


Hoy
Haré
Trenzas
En mis piernas
Y grelos en
Las axilas.
Ahora que
Él se ha ido
No necesito
Lucir y depilarme.
Mi cuerpo es libre
Y todo
Lo que hice por él
Se va como en un sueño.
Liberaré
Cada parte de mí
Y empiezo por el vello de mis piernas.
El que me quiera
me ha de aceptar así.

(Traducción de Ada Vilageliu Días y Jesús Díaz Armas)

 

DRAGO


Un árbol desangrándose
Contiene la respuesta
De lo que bulle en mí.
Durante miles de años
Ha guardado
La historia no escrita
De Las Canarias.
Contienen mil secretos
Sus largas hojas puntiagudas
Como lanzas que crean un fortin—
Traición y dolor,
Esclavitud, violencia,
Odio, Amor.

Cuando todo se desvanece,
El drago es el testigo de un pasado
Invisible a nuestros ojos,
Borrado de nuestras vidas
Como lenguas maternas.

Como el dulce sabor de la leche materna
Anhelo savia roja de este árbol
Que guarda los sonidos femeninos
De mis ancestros.
Sus raíces bucean en la arena
De esta isla de desesperación.
Si tan sólo pudiera oír
Correr la sangre dentro
Y oír las voces de las guanches.
24*
Guardando los secretos
Enraizados bajo la tierra
Que pisan nuestros pechos ignorantes,
Pues no podemos ya escuchar
Las historias maternas
sobre los cuerpos y la magia que hay
         entre nosotros.

Siento mi sangre antigua
Y fuerte
Si veo el Teide
A través del cristal
De un avión
Que me devuelve a casa
Desde el otro lado del mundo
Donde no soy nada
Sino las huellas de mi prestada.

               *24 Los guanches eran los habitantes indígenas de las Islas
Canarias. Se cree que son los descendientes de las etnias
beberes de África del Norte.


                   PASIÓN EN CUATRO MOVIMIENTOS


       I

Contemplando un océano
De olas desconocidas.
El olor de la arena negra,
Sin destino fijo
Sellada aún la sal sobre mi piel,
Con la arena en los pliegues de un cuerpo
Mientras me alejo de mi misma.

II

Mi pelo, verde de algas
Todo trenzado sobre ti.
Las aguas
Fluyen de mi cuerpo,
Sal atlántica,
Mis labios arden como un volcán.

Una lengua políglota se escapa.

III

Cierro los ojos,
La brisa atlántica
Sobre mi piel.
Dices mi nombre
Y vuelo de regreso,
Recojo la arena de mis pies,
Y cavo un agujero
Para que rompa el agua en él.


IV

Susurro tu nombre
Por montes de deseo     
Contemplando la isla
De una ventana.
Volando, voy diseminando amor.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

ODE ÀS MULHERES CABELUDAS


Hoje
vou
trançar
minhas pernas
e torcer
minhas axilas.
Agora que
meu homem se foi,
não preciso
ficar bem e fazer a barba.

Meu corpo está livre.
E todas as coisas
que já fiz por ele
Desaparecem, como em um sonho.
Vou liberar
Cada parte de mim
Começando pelas minhas pernas peludas.
Quem me quiservai me levar assim.

 

DRAGO

Uma árvore sangrenta
contém a resposta
para o que está fervendo dentro de mim.
Durante mil anos,
Ele testemunhou
A história não escrita
Das Canárias.
Ela contém mil segredos
Em suas longas folhas pontiagudas
Que como espinhos criam uma fortaleza -
Traição e dor,
Escravidão e estupro,
Amor, ódio.

Quando tudo mais se foi
O Drago testemunha um passado
Invisível aos nossos olhos
Apagado de nossas vidas
Como línguas nativas.

Como o doce sabor do leite materno
Anseio pela seiva vermelha da árvore
Que guarda os sons femininos
Da minha ancestralidade.
Suas raízes são profundas na areia
desta ilha de desespero.

Se ao menos eu pudesse ouvir
O sangue que corre dentro
E ouvir as vozes das mulheres Guanche
Guardando os segredos
Enraizados no chão
Que pisamos com corações ignorantes,
Porque não podemos mais ouvir As
histórias de nossas mães
Sobre nossos corpos e a magia dentro de nós.

Sinto meu sangue velho
E pesado
Mas corre mais rápido
Quando vejo o Teide
Pelo assento da janela
De um avião
Que me traz para casa
Do outro lado do mundo
Onde não sou nada
A não ser os traços de uma pele emprestada.

 

 

PAIXÃO EM QUATRO MOVIMENTOS

EU.

Olhando para um oceano
de ondas irreconhecíveis.
O cheiro de areia preta.
Sem destino fixo
O sal ainda grudado na minha pele.
A areia, nos riachos do meu corpo
Enquanto me afasto de mim.

II.

Meu cabelo, verde com algas marinhas
E emaranhado em você.
As águas
Correndo do meu corpo,
sal atlântico.
Meus lábios queimam como um vulcão

Uma língua bilíngüe liberada.

III.

Fecho os olhos,
A brisa do Atlântico
Na minha pele.
Você diz meu nome
E eu volto voando,
Reúno a areia aos meus pés,
Cavo um buraco
Para a água entrar.

4.

Sussurro seu nome
Entre montanhas de desejo
Observando a ilha
De uma janela.
Voando, espalho meu amor.

 

*

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Página publicada em abril de 2023 


 

 

 
 
 
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